Quando à mesa do café da Ana Rita, se falaram as primeiras palavras sobre Assen, longe de mim estava que tão rapidamente estivéssemos em plena Holanda a representar o nosso clube num dos mais conceituados torneios de voleibol. Embora me assuma como viciado por projectos audazes, nunca pensei que a adesão fosse capaz de em 4 meses colocarmos uma equipa de iniciadas na recôndita Assen.
Era um projecto que concentrava em si mesmo, e como sempre o disse, uma consequência lógica da vivencia de um grupo (atletas, pais, treinadores e clube). E por isso me pareceu ter tanta lógica concretizarmos este esforço.
Escrevo este comentário com uma lamecha emoção, porque este projecto era algo que ambicionava fazer e que a forma como se concretizou acaba por exceder as expectativas - pela envolvência, pela dificuldades que tivemos que passar, pelo desafio e os obstáculos ultrapassados. Não era apenas uma viagem, nem apenas um torneio de voleibol, mas um sentir de grupo, de 17 pessoas que rumavam com um objectivo comum - tornar o grupo mais forte, mais coeso, mais conhecedor de si mesmo, enfim, mais forte.
As nossas meninas levaram a coragem e o coração aberto, a boa disposição e a alegria que aqueceram o gélido frio holandês.
Recordo com saudade:
- o espanto de tanta neve
- as noites mal dormidas no chão duro da nossa sala, irrompida inesperadamente pela luz forte
- a admiração que todas as equipas sentiam pela alegria do nosso jambé e das nossas musicas
- a injustiça que foi não termos ido à final, pelos magníficos desempenhos que tivemos em grande parte dos jogos, mesmo com equipas mais velhas e bem mais altas
- o grande jogo da verdade que nos fez crescer enquanto grupo
- o reconhecimento por parte de todos de uma equipa bem construída
- a forma como dignificamos o nosso clube, a nossa cidade e o nosso pais
- das nossas comedidas refeições, e da alegria que foi a "massinha" milagrosa
- da alegria e cumplicidade em equipa que sentimos na grande festa... e durante muito tempo isso foi possível
- o deambular pelas ruas de Amsterdão onde ficamos a conhecer melhor esta sui generis cidade
- das palavras trocadas com o nosso comandante do nosso avião e da cumplicidade que permitiu estabelecer
- e tantos... tantos sorrisos se esboçaram por entre o cansaço.
Se repetia a aventura???? Já amanha!!!
Umas ultimas palavras de reconhecimento e agradecimento:
- ao clube nas pessoas do Jorge e do Alfredo por todo o apoio e confiança demonstrada
- ao José pela incansável dedicação, confiança e companheirismo - sem ele não teria sido possível!!!
- à Mariana, companheira de luta, pela cumplicidade e companheirismo.
- Finalmente, à minha família por mais uma vez compreender e aturar as minhas maluquices.... e o pior é que outras virão concerteza..."
Jorge Pinto (Treinador de Voleibol) Ala de Gondomar
Comentários da Mariana:
"Sem dúvida que o torneio foi bastante gratificante para a equipa. Mostrou-nos um mundo diferente, tanto desportivo, como cultural.
A nível de jogo, penso que pudemos ver o nosso valor e a diferença técnica perante as outras equipas. Bastante melhor. Houve falhas? - Houve. Mas também houve momentos em que mostrámos que somos capazes de superar certas equipas. Principalmente no nosso campeonato!Gostei bastante destes 5 dias em equipa. Conhecemo-nos melhor, divertimo-nos muito e aprendemos algo mais.
Não posso deixar de fazer referência ao nosso seccionista, ao José, porque, sem dúvida, foi uma grande ajuda para nós. Arranjou-nos a viagem, a visita, deu-nos opções de alimentação... foi uma ajuda indispensável.
Fora ninguém gostar de mim na Holanda :D... voltava a repetir a experiência... com vocês todos claro!!
ps: Podia escrever um texto enorme, mas fiquei-me pelo essencial. O resto vocês já sabem."
Mariana Barbosa (Treinadora adjunta) Ala Gondomar
KVT Kerst Volleybal Toernooi 2010
Fonte: KVT